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quinta-feira, 22 de maio de 2008

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Saudosismo...

Às vezes, passamos períodos nos quais temos dúvidas sobre quem realmente somos... Atravessamos situações que põem em xeque nossa moral e nossas reações ao inesperado...
Às vezes, refletimos sobre as atitudes que tivemos em determinadas situações, e pensamos em como poderíamos ter feito algo melhor...
E em adjunto, vem a vontade de voltar no tempo... Passar a borracha, rasurar algumas partes e redesenhar a vida de uma forma "perfeita", como idealizamos...

Mas esquecemos que a cada ação, há uma série de reações em cadeia que podem transformar enormemente nosso futuro, de uma forma que sequer temos noção...
Aquele "não" que poderia ter sido "sim", aquela atitude contida por medo, aquela discussão, as palavras amargas e as juras de amor... A saudade do abraço de alguém que partiu, o questionamento sobre o que tal pessoa diria a nós se ela ainda estivesse conosco e o que poderíamos ter feito para ela ainda estar conosco...


Questões e mais questões que muitas vezes cercam os nossos pensamentos noturnos, naqueles momentos em que estamos só nós e o travesseiro...
Mas aí paro pra pensar, de uma forma não tão minuciosa, no que cada atitude mudada acarretaria... Penso que gosto de quem sou e que cada ação tomada foi responsável direta ou indiretamente pelo que eu me tornei...


Como diz a teoria do caos "Um bater de borboletas de um lado do mundo pode gerar um tornado do outro lado".
Quem sabe aquela carona dispensada será responsável por me trazer um grande amor...
Ou quem sabe a presença daquela pessoa tão querida poderia estar me impedindo de ter uma maior independência, um maior crescimento de caráter, para dessa forma impactar e agir de uma forma melhor sobre o mundo ao meu redor...


Por isso, minha emoção anseia pelo rompimento do tempo-espaço, mas minha razão sabe que o passado deve existir como algo imutável, nada mais que isso... Deve ser visto com o saudosismo dos bons tempos, que trouxeram prazer, e dos maus, que implicaram em aprendizado...


Então nos persegue a dúvida forjada pelo conflito entre nossa razão e emoção... O natural otimismo de pensar que tudo poderia ter sido diferente e ter dado certo... E o entendimento de que as experiências negativas fincaram aprendizados de maneira bem mais firme que qualquer outra positiva, fazendo com que não cometêssemos erros que provavelmente experienciaríamos se não tivéssemos provado na própria pele de alguma situação desagradável...


E assim se faz meu ser, pelo equilíbrio da razão e emoção, pelos erros que só perceberei serem erros, num futuro próximo ou distante e pelos passos dados em direção a caminhos diferentes, que seguem até o desconhecido...

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