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sexta-feira, 25 de julho de 2008

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Despedida...

Lá estava eu, devorando as últimas páginas, como se anseasse por saber o que aconteceria e, ao mesmo tempo, tivesse medo de ter de me separar dos meus amigos; recentes amigos. Aqueles com os quais tanto aprendi nas últimas semanas.
Lá estava eu, plácido, com o coração apressado e a cabeça recostada sobre o travesseiro, apreciando meus companheiros de quarto serem tirados de mim aos poucos. Talvez seja a despedida o que move a impulsividade do leitor. O não conformismo por deixar partir aqueles seres com os quais troquei confidências e partilhei angústias. Não basta levá-los na memória. Não. É pouco. Tenho que encontrar outras pessoas com as quais não tenha segredos. Que mostrem-me como são e vejam-me como sou, não como querem me ver. Estranhos que transportam-me para locais e datas impossíveis, marejam meus olhos quase ao mesmo tempo que fazem-me rir.
Lá estava eu, feliz, tragado por guerras, absorto em dúvidas e quase tão sábio quanto aqueles que imputaram-me tais questionamentos.
Lá estava eu, em outros mundos, enquanto, sob a colcha da cama, o marca-página espetava meu braço...

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