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terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Post-mortem...

Depois de um hiato de mais de um mês, continuo não me sentindo no ápice da inspiração e necessidade de descrever algum drama pessoal desses nos quais sempre exagero situações cotidianas e foco dúvidas sorrateiras. É estranho para mim também, admito. Porque escrever sempre me foi vital, pelo bel-prazer de transbordar sentimentos incertos e desabafar sobre a peculiaridade inexplicável de pessoas das quais julgo saber algo.
Aí, sem mais nem menos, me apresentam esse tal de amor, e é como se nada mais fosse igual. Porque apesar de pessoas continuarem chatas e dúvidas persistirem em existir, tudo se limita a um subconjunto ínfimo desse sentimento. E se nada mais transborda, eu não tenho mais todas aquelas porções não contidas de incertezas, para trabalhar na transformação delas em letras densas e sarcásticas.
Quanto aos textos mais românticos e sublimes, mesmo que me aventure uma vez ou outra nesse âmbito tão abstrato, prefiro deixá-los para alguém que realmente saiba construi-los. No entanto, creio que vocês ainda não vão se ver livres de minhas analogias hiperbólicas e infames. Tudo o que eu precisava era de um tempo para adaptar-me a não ser forçado pelo meu próprio interior a relatar qualquer imbecilidade corriqueira, e ainda sim escrever.
Enfim, volto diferente, dessa vez avisando antes de abusar da paciência de vocês, estimados leitores. Creio ter aprendido a escrever por hobby, e não por necessidade. Eu, que sempre achei impossível reunir o humano idealista e sonhador com o escritor cético e exagerado, agora consigo prover a paz entre os dois mundos. Jamais imaginaria o médico e o monstro convivendo em perfeita harmonia... Porém, antes de tentar entender algo que provavelmente não conseguirei abstrair, escolhi aceitar e viver. Aprender com a experiência e não com as suposições. Talvez, no fundo eu esteja um pouco mais coração e um pouco menos razão, entretanto, nada tem me proporcionado maior satisfação.

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