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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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Improfícuo...

O pé esquerdo me pareceu mais confortável para tocar o chão frio, antes que eu sentasse na cama. Noite mal dormida, dia mal dormido. Gente entra, luz entra, som entra... Só não entra o vento. Esqueço de pôr o celular no silencioso: depois da terceira ligação, desisto de tentar pregar o olho. Levanto com aquele arrastar de pés dos que esqueceram de morrer; computador problemático, almoço à mesa, digestão demorada. Dia inútil.
Fiz coleta de sangue, dei viagem perdida, me senti gordo, engordei mais, esperei muito tempo na parada de ônibus e engessei minha boca sorridente com olhos tediosos, para visitas que estavam na minha casa. Eu, particularmente, prefiro me isolar das pessoas nessas ocasiões, porque ninguém tem muita relação com meu senso de inutilidade, e eu não quero sair por revoltado sem causa na boca dos outros, melhor apenas eu ter essa impressão sobre mim.
Se eu fosse sensato, faria questão de esquecer as últimas 24 horas, mas foi um dia tão plenamente dispensável, que eu teria que terminá-lo com um texto igualmente desnecessário, só para lembrar a diferença entre existir e viver.
Mas deixemos toda essa conversa fiada de mão; já passou de meia-noite e eu não tenho mais tempo para perder com essas lamúrias vãs, enquanto a poeira se acomoda na capa dos meus livros. Afinal, é um novo dia, e todo mundo sabe que repetir o erro é burrice. E eu só sou burro em dias aleatórios...

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