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quarta-feira, 25 de março de 2009

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1/12...

O dia nasce com aquele sol descontraído, espreguiçando-se por trás das nuvens recheadas de umidade. O vento empurra a cortina que permite a inundação do amarelo para dentro do quarto. Bom dia, bom dia...
Rotina à espreita; universidade, aula e uma possibilidade de encontrar contigo. Meio da semana, e só me vejo munido de meu andar apressado e minhas piadas sem graça.
Avisto de longe a tua inconfundível pose de paciência e espera. Sento, cumprimento, e já é o suficiente para relembrar que nós dois e um banco de pedra sempre fomos ferramentas suficientes para fazer qualquer dia especial.
Reparo que há seis meses venho enveredando distraído por entre os labirintos do teu olhar, descobrindo caminhos sem qualquer pressa de chegar ao fim. Dissolvo. Multiplico. E sempre acabo despontando em alguma via coberta de tácitas sutilezas. Sigo tateando as paredes do teu coração com minhas palavras mais genuínas. Respiro. Gaguejo. E sucedo em macular o silêncio no qual conversam as janelas de nossas almas. Te enrubesço com meus olhares mais francos. Traduzo. Desnorteio. E te faço pestanejar entre sorrisos e perguntas das quais já sabe todas as respostas.
Despeço com a saudade nas palmas das mãos e a vontade na ponta dos lábios.
A chuva cai no ritmo do tamborilar dos dedos da memória a sondar o futuro de datas próximas e distantes. A água arrasta a noite em seus braços enquanto eu vago naquele labirinto de trilhas afáveis e fim ilimitado.

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