A rua ainda estava alagada quando a atravessei, entrecortando carros que faziam lama respingar em meus pés. A chuva, agora tênue, lambia a copa das árvores com a polidez e a cautela de quem leva consigo toda a fadiga da cidade, quase nunca reclamando de seu trabalho.
Cheguei ao canteiro central, que ostentava um semblante harmônico capaz de persuadir qualquer angústia a levantar vôo e não voltar tão cedo. Era um dia calmo e agradável; sobretudo, úmido. Onze horas da manhã, e eu redescobrindo o prazer de perambular entre árvores sorridentes e nuvens distraídas.
Alguns minutos a andar pelo boulevard e eu já alardeava aquele sorriso que só possuem as crianças ou os que se permitem esquecer até dos menores problemas. Passeava tranquilo, com o andar empertigado de sempre, até que, de longe, reparei em uma menina que me observava. Devia ter por volta de seus 7 anos, com seu vestido bege, cabelo amarrado para trás e olhos graúdos. De mãos dadas com quem intui ser sua mãe, ela passou por mim sorrindo, com a boca e com os olhos; talvez por atentar à minha cara de bobo totalmente conciliada com minha roupa molhada e minhas pegadas irregulares. Eram os olhos mais verdes e penetrantes que eu jamais vira.
Retribui o gesto, desconsertado, e detive meu passo por alguns segundos. Debaixo do Oiti, os dedos da chuva me alcançaram com o peso das horas. Por enquanto, aquelas turmalinas brutas carregam a simplicidade da inocência. Mas no futuro, sua lapidação implicará nos mais persuasivos feitiços ou na mais reconfortante consolação.
Cheguei ao canteiro central, que ostentava um semblante harmônico capaz de persuadir qualquer angústia a levantar vôo e não voltar tão cedo. Era um dia calmo e agradável; sobretudo, úmido. Onze horas da manhã, e eu redescobrindo o prazer de perambular entre árvores sorridentes e nuvens distraídas.
Alguns minutos a andar pelo boulevard e eu já alardeava aquele sorriso que só possuem as crianças ou os que se permitem esquecer até dos menores problemas. Passeava tranquilo, com o andar empertigado de sempre, até que, de longe, reparei em uma menina que me observava. Devia ter por volta de seus 7 anos, com seu vestido bege, cabelo amarrado para trás e olhos graúdos. De mãos dadas com quem intui ser sua mãe, ela passou por mim sorrindo, com a boca e com os olhos; talvez por atentar à minha cara de bobo totalmente conciliada com minha roupa molhada e minhas pegadas irregulares. Eram os olhos mais verdes e penetrantes que eu jamais vira.
Retribui o gesto, desconsertado, e detive meu passo por alguns segundos. Debaixo do Oiti, os dedos da chuva me alcançaram com o peso das horas. Por enquanto, aquelas turmalinas brutas carregam a simplicidade da inocência. Mas no futuro, sua lapidação implicará nos mais persuasivos feitiços ou na mais reconfortante consolação.
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